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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Como tudo começou...

Para compreender a área das Relações Públicas (RP), vale a pena empreender uma retrospectiva histórica até as origens dessa atividade nos Estados Unidos.

Pode-se notar que as primeiras décadas do século XX foram marcadas pelo aparecimento dos poderosos monopólios, pela concentração de riquezas em poucas mãos e pela consequente hostilidade do povo norteamericano contra o mundo dos negócios. A indústria moderna começou a ser atacada por líderes do governo e por escritores de fama, incitando uma quase revolta popular. Acerca desta época, Andrade afirma que esta época marcou "o aparecimento dos poderosos monopólios, a concentração de riquezas em poucas mãos e a conseqüente hostilidade do povo norte-americano contra o mundo dos negócios. Essa quase revolta popular era inspirada também pelas obras de escritores radicais. [...] Não eram somente trabalhadores que se organizavam em incipientes sindicatos para enfrentar os poderosos, mas a própria classe média que se manifestava, principalmente através da imprensa, contra os abusos das empresas. [...] O crescimento da onda de protesto obrigou o Governo norte-americano a tomar algumas medidas legais e propor ao Congresso leis contra os monopólios e cartéis. Os homens de empresa sentiram, então, necessidade de vir a público, para tentar explicar suas atividades, através de advogados e jornalistas".

Foi quando John D. Rockfeller Júnior contratou os serviços de Ivy L. Lee, o qual foi o primeiro a pensar e a praticar os princípios e técnicas de RP, inaugurando, em 1906, em Nova York, o pioneiro escritório nessa área.

Chaumely e Huisman resgatam as circunstâncias históricas nas quais atuou o pioneiro das RP: "a hostilidade do grande público era então muito mais acentuada contra o big business americano, acusado de aspirar ao monopólio. De mover uma luta sem quartel às pequenas e médias empresas, de combater sem olhar a meios; numa palavra, de ser feroz, impiedoso, sanguinário.

Da sua origem até os dias atuais, as RP só tem aumentado o seu campo de atuação e a sua importância dentro do mundo dos negócios. O contexto histórico atual só favorece o desenvolvimento e a manutenção desta atividade, sendo considerada um fenômeno e uma necessidade dos tempos contemporâneos, uma vez que a crescente complexidade da civilização tem criado problemas de comunicação/relacionamento nunca dantes sentidos pela sociedade.

Comunicação Organizacional em busca de um norte...

Na minha trajetória estudando e trabalhando com a Comunicação e, posteriormente, a Comunicação Organizacional (CO) - que também é denominada de Empresarial ou Corporativa -, sempre ficam as perguntas: quem deve se responsabilizar por esta área e qual a função desta. Para chegar a isso, recorro a duas definições que gosto muito. Vamos lá:

1) a primeira é de Tavares, o qual advoga que a CO, atualmente, é entendida como a “[...] comunicação existente entre a ‘organização’ (empresas privadas, empresas públicas, instituições, (sic) etc.) e os seus públicos de interesse [...]” (2007, p.11), sendo que estes não devem só estar à parte, mas igualmente devem participar do processo comunicativo, no qual acontece. Seria então a CO entendida mais ou menos da seguinte maneira: "[...] o público interno fica sabendo de ações institucionais e de marketing; os clientes ficam sabendo de ações internas e institucionais; e a sociedade em geral fica sabendo de ações internas, institucionais e de marketing da organização" (2007, p.13).

Seguindo esta linha de raciocínio, compreendo que, na CO, não há mais espaço para ações fragmentadas de comunicação e que todo o esforço de trabalhar a CO deve ser responsabilidade de toda a organização (tanto em nível interno, externa, institucional e de marketing) de forma planejada e integrada deve ser de todos os profissionais dessa área (a da CO) e dos que trabalham nas empresas.

2) Mas, para que isso se processe, partimos para a segunda concepção, mais especificamente a elaborada por Pimenta (2002, p. 99). Nesta, a CO deverá ser entendida "[...] como o somatório de todas as atividades de comunicação da empresa. É uma atividade multidisciplinar que envolve métodos e técnicas de relações públicas, jornalismo, assessoria de imprensa, lobby, propaganda, promoções, pesquisa, endomarketing e marketing".

Fica, portanto, o meu entendimento do que seja a CO, principalmente, por acreditar que esta seja uma área em que várias expertises são demandas e só assim podemos desenvolver um bom trabalho.